Olhando para as ondas do mar
nem parece que é o vento quem faz.
Olhando fixamente
ainda assim é impossível perceber.
Parece que
o vento bate é no rosto da gente.
Por egoísmo ou seja lá porquê
nem passa pela cabeça que o vento
que balança o mar é o mesmo
vento que balança a folha,
que é o mesmo vento que mexe o cabelo,
que é o mesmo vento que faz carinho na pele,
vento igual ao que traz os cheiros.
Vento que é um milagre.
Vento que semeia.
Vento que incendeia.
Elemento!
As ondas do mar não nascem nele,
união das forças da natureza.
Água e vento,
ondas do mar,
a cor que dá é mistura de areia e luz.
Água e vento,
algas e outras plantas, isso tudo pronto
parece tão simples...
algo apenas a ser olhado.
Mais que isso, reflexão.
Sozinhos os elementos e seres vivos
são elementos e seres vivos.
Juntos são mistério e deslumbramento.
No horizonte, sem limites
na profundidade, imensos
na beira mar, doces e insinuantes,
quase afrodisíacos...
Em alto mar perigo e solidão.
Quando o ser humano respeita as formas e normas
as ondas do mar azul viram paisagem
para infinitos olhos
que verão cada um
de um jeito diferente, milagroso!
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