sexta-feira, 29 de abril de 2011

ELEFANTÍASE


Faço poemas para ninar os elefantes que moram em mim
são propostas,
respostas
minhas trombas cheiram no ar o clima
de tudo que não sei bem o que é
minhas patas gigantes pisoteiam
o que é óbvio,
com minha pança imensa
afago o que poderia ser
mas para sobreviver,
o que é,
escapa
enfim, minha elefantíase sem fim
vai caminhando pelas ruas e avenidas
sem passar despercebida
mas eu, que não consigo me olhar no espelho por inteiro
continuo sempre parecendo partes de mim
que só vejo, quando,
no escuro,
tento escutar pelo coração
que bombeia, bombeia
e derrama tromba afora!


Autora: Cláudia Zimmermann 

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