domingo, 25 de dezembro de 2011

Verão

Então, hoje chove.
Em parte do Brasil a chuva cai com vontade no dia de Natal.
Espero que independentemente do tempo que faz as pessoas possam curtir o dia  e sua representatividade.
Aqui no sul a temperatura baixou cerca de 07 graus nos últimos dois dias. Garoa o dia todo e a previsão é que esse tempinho suba para se encontrar com as pessoas do sudeste. Aproveitem bem porque uma boa chuvinha às vezes é ótimo. As temperaturas mais amenas também dão uma trégua ao calor que veio muito forte desde o início de dezembro tanto no sul quanto no sudeste.
Nas outras regiões o calor já havia chegado fazia mais tempo, porém isso é só o início do verão que começou faz dois dias.
O verão promete. Então, boas doses de protetor solar, muita sombra e água fresca não farão mal a ninguém.  Além da consciência de que nesse sol o melhor é se cuidar. Sem exageros e sabendo que as doenças oriundas do sol na pele podem causar câncer.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Natal!

Chegou o Natal de novo!
E o que dizer então desse dia tão antagônico nos tempos modernos?
Nasce Jesus e os ateus comemoram!
Nasce Jesus e os shoppings estão cheios de gente comprando presente a todos, menos para o aniversariante.
Esse tal de Jesus tem um calendário em sua homenagem, é responsável pela contagem de 2011 anos e no dia de seu nascimento come - se peru, pernil, bacalhau, farofas mil, etc. Poucos levantam um brinde por seu aniversário.
Pessoas que não se vêem há tempos, reúnem - se nesse dia umas com as outras, evocam que é Natal, desejam  mutuamente que seja um feliz Natal e nem lembram porque!
As TVs invocam nossa sensibilidade aguçada e mostram cenas de pessoas nas ruas, sem lar, crianças pobres recebendo presentes de pessoas que fazem doações, muitas cenas tocantes, especial de Natal e a festa católica vai além da religião, das crenças e de tudo que fez o Natal ser Natal.
Então é a festa de Deus que teve seu filho?
Por isso eu acho que o espírito que no Natal se estabelece, ainda que muitos não lembrem o motivo, deve representar o espírito de viver a vida.
Precisamos ser generosos o ano inteiro, precisamos ser pessoas boas o ano todo, acreditar que temos irmãos necessitados sempre. Enfim precisamos ser mais bondosos, menos estressados, valorizar o que de fato vale a pena.
Então desejo que no Natal relembremos quem somos e o que podemos ser. Quem podemos ser. Acredito no presente de ser simplesmente humanos. Acreditar no semelhante respeitando - o e recebendo - o bem em nossas vidas sendo quem é e do jeito que é.
Jesus, filho de Deus, feito a nossa imagem e semelhança como a igreja católica informa, gostaria de nós um pouco mais de humanidade, tenho certeza. Jesus ensinou o verdadeiro sentido do amor.
Se celebramos sua existência, nos espelhemos em sua trajetória, sejamos mais humanos. Desejo a todos muita hospitalidade com as diferenças, desejo que respeitemos o próximo e que saibamos conviver harmonicamente no mundo.
Homens, animais, plantas, aves, peixes, árvores, rios, mares e estrelas, todos juntos nesse tempo. Todos interligados. Todos necessários. Todos desempenhando sua função. Assim creio no nascimento de um feliz Natal e na continuidade da vida. 

Grego, um amigo lindo!

Dia 21 de dezembro morreu uma figurinha muito importante pra mim.
Não sou muito chegada a fazer distinções entre seres humanos e os demais, afinal acredito sermos todos figuras de Deus. Oriundos do divino pelo menos ( e então cada um convoca o Deus que quiser). Para mim todos os seres vivos são parte de uma mesma existência, participam de um mesmo tempo de mundo e são imprescindíveis para alguém e por algum motivo durante um tempo, dada a nossa finitude, nem que seja pela cadeia alimentar.
Quero falar do Titico para os íntimos e do Guego que na verdade se chamou Grego.
Viveu durante 16 anos, 09 meses e 21 dias. Tive o prazer de conhecê - lo quando tinha perto de dois anos acho. Já nem lembro bem, mas são anos que tenho uma irmã que o coração elegeu e que foi dona do Grego. Eu sempre o chamei de Guego da Táta dele.
Enfim, fiquei muito triste com a sua partida no dia 21. Ele foi um grande lutador, exemplo mesmo de como se deve lutar pela vida. Estava meio doentinho, mas se recuperava como fez até o dia em que foi vencido pelo calor associado a falta de ar. Lutava bravamente para continuar participando da vida de nós todos que o rodeávamos.
Nos últimos meses foi mais paparicado que nunca, afinal, além de mimado e muito bem cuidado ele estava velhinho e precisando de cuidados especiais.
O fato é que mais uma lição eu consegui tirar do convívio com ele. Devemos saber entender nossas limitações. Ele sabia no final que já não tinha muitas forças, então só gritava mesmo quando estava insuportável ,senão ficava quieto e calmo esperando que alguém pudesse ajudá - lo. Aprendi demais. Até conhecê - lo gostava de cachorro mas não tinha prestado atenção neles, gostava portanto, até a página dois.
Hoje sei que gostar mesmo de um animal é prestar atenção à sua linguagem e como se comunica conosco. E o faz sempre e cada vez mais quando percebe que é priorizado em algum momento. E quanto mais importante se sente, mais devolve em relação, convivência, respostas.
O Guego afinal me ensinou tanto que nos últimos dois dias tenho conseguido lembrar de antigas cenas que foram significativas de momentos diversos. Apesar de ser triste é rico e eu sou rica. Tenho muita coisa para lembrar diferentemente de muita gente que não presta atenção nos "bichos".
Lamentei sua partida porque sempre que a morte vem, nos encontramos com a nossa finitude e com a sensação de que infelizmente é como a música: " sei que nada será como antes amanhã. Que notícia me dão dos amigos, que notícias me dão de você".
Chega um tempo na vida da gente em que não temos mais notícias, somos uma revista repleta de lembranças. Página por página foleadas de muita saudade e de muitas lembranças de momentos felizes que não podem voltar mais. Não há como pagar, nem como apertar um botão de replay, nem voltar a fita, nem fazer nada, nem como chamar um técnico. Portanto, é um momento da vida em que nos encontramos com a nossa desimportância e com nossa falsa ideia de que temos o controle.
A morte nos leva para nossa vida real. Não temos controle sobre quase nada. Somos um grão de areia temendo o sopro do criador que pode nos varrer para sempre desse lugar de conforto. Mais uma vez o Greguinho me leva longe a pensar e a rever coisas e importâncias.
Eu gostava de dar picolé para o Grego nos muitos verões que pudemos passar próximos e juntos. Ele chupava picolé como ninguém. E nas refeições notei com ele e depois reparei em todos os cachorros, dos grandes aos minúsculos. Cachorro come primeiro aquilo que mais gosta. Nós humanos idiotamente deixamos o que mais gostamos para o final da refeição. Eles não! Saboreiam o mais delicioso primeiro, depois empurram o resto. Se não couber nem comem tudo porque afinal o melhor já foi. Passei a agir da mesma forma.
E a determinação canina então? Eles tem todo tempo do mundo quando querem algo e ninguérm os engana. Se eles quiserem fazem de conta que esqueceram, mas não esqueceram não. Enquanto querem algo, sabem pedir. Normalmente sentam - se próximo do seu objeto de desejo e aguardam até obte - lo.
E quando chega alguém de quem realmente gostam? Festa, muita festa! E quando não gostam? Indiferença pura, sem falsidade. Genuinamente honestos.
E sua alegria?
O Greguinho sempre foi muito inteligente. Sua inteligêncxia era realmente algo interessante. Tanto que tenho a minha cachorra que é muito inteligente também, mas nem perto do Grego.
Ele foi muito especial.
Do começo ao fim.
Sei que a minha amiga está triste e que queria mais dele. Todos que gostávamos dele queríamos. O fato é que tudo que é bom, dura pouco. Esse chavão é verdadeiro. Por que é muito bom, normalmente queremos mais. Mas temos que ter a generosidade no caso dos animais que amamos, de desejar que eles estejam bem. Nesse aspecto não tenho dúvida, ele está muito bem. Nós também precisamos ficar, afinal, tivemos o privilégio de na vida, gostar de "bichos". E de tê - los tão especiais. Saiba minha amiga irmã que ele só pôde ser tão especial porque conviveu com você que também é especial demais. E eu sempre feliz apesar de triste por ter o privilégio de participar.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

JN

Sai Fátima Bernardes e entra Patrícia Poeta no velho e conhecido Jornal Nacional.  Sucesso! 
Lembro na minha infância do meu pai pedindo silêncio porque era hora do Jornal Nacional. Naquela época era apresentado pelo Cid Moreira e depois Sérgio Chapelin. Na verdade não sei bem, já não lembro se eram os dois, acho que não.
Fato é que sabíamos do mundo através do Jornal Nacional mais que por qualquer outra forma de comunicação. O rádio era utilizado durante o dia, mas à noite era TV com certeza. Passam os anos e embora mudemos muitas coisas, parte delas não se alteram. Apesar de enormes transformações, das mudanças nos hábitos promovida em grande medida pela internet, nos últimos anos, não descarto grandes sacadas da TV brasileira.
Nesse sentido o JN no AR que faz parte do Jornal Nacional foi para mim a proposta mais interessante dos últimos anos. Acho que dá pra explorar muito mais.
Tomara que o diretor geral do programa faça isso. Imaginar a possibilidade de conhecer locais remotos e para onde não se faz turismo, indo até lá através de um programa de jornalismo, é uma ideia interessante. Para muitos a curiosidade acerca de comunidades, localidades, outras culturas, maneiras de viver, inexiste ou é algo sem muita importância. Para quem gosta de saber destas coisas o JN no Ar é fantástico.
Muitos podem dizer que não há nada novo em relatar situações peculiares, que aliás, isso é jornalismo. Mas para mim quando a TV da região se responsabiliza por uma matéria esta será apresentada de um jeito, quando chega um profissional de fora e apresenta, o olhar é estrangeiro apesar da ajuda local. Isso é antecipar nosso olhar sobre uma matéria. As chances de termos enfoques mais interessantes sobre aquela situação relatada é muito. 
O quadro surgiu para cobrir as eleições presidenciais e ainda bem que permaneceu apesar do término da eleição há aproximadamente um ano. Gosto muito.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Caos

Queridíssimos,
o centro de São Vicente nos últimos dias tem sido um lugar realmente aborrecedor. Quem precisar andar por lá,vá a pé ou deixe o carro muito longe das ruas que levam ao centro.
É que estão colocando nova camada de asfalto nas ruas. Isso é bastante necessário até porque as ruas já estavam muito esburacadas. Mas a pergunta que não quer calar é: por que fazer isso de dia e no horário comercial? Por que não estão trabalhando à noite que facilita demais para todos os munícipes? Será que ainda é aquela velha ideia de mostrar serviço?
Se for isso, é partir do princípio que somos todos incapazes de enxergar a diferença e ainda completamente insensíveis.
Se for uma questão de recursos humanos e jornada de trabalho houve um problema gerencial grave da assessoria da Prefeitura de São Vicente. Se for para não pagar horas extras, trata - se mais uma vez de gerenciar a questão internamente.
Se foi pura e simples falta de planejamento de uma ação como essa em pleno período de vendas de Natal, saibam que há um desamor muito grande pelos comerciantes vicentinos por parte de quem inventou a reforma neste período e em horário comercial.
Se não for nada disso me explica por favor, porque eu não consegui entender!

Na Torcida

O atleta Lucas da Silva dos Santos de 13 anos, estudante da escola Duque de Caxias de São Vicente, embarca hoje para participar do campeonato sul americano infantil de Atletismo. O adolescente obteve o índice para competir no revezamento 4 por 75 metros. Realmente é um atleta que cresce forte e que brotou em terras Vicentinas.
Quando perguntaram a ele qual era seu sonho, disse que é participar da Olimpíada do Brasil. Provavelmente ele vai conseguir. Um atleta se diferencia das pessoas comuns por sua determinação. Eles precisam ser observados com enorme atenção. Eles chegam onde desejam chegar passando por dificuldades mil, muitas dores, pouco incentivo financeiro. Até seus educadores (diretores, assistentes) por vezes não os ajudam. O fato é que eles chegam.
Vale lembrar aqui que o professor Alberto incentiva há muitos anos o desenvolvimento do Atletismo na cidade de São Vicente. Ajuda os atletas muitas vezes até com recursos próprios. Minha reverência a Educadores que, como ele, quase nunca são lembrados.  Fazem sua carreira na chamada base, realizando junto dos alunos seu trabalho e fazendo enorme diferença a cada um deles.
Alberto tem muita responsabilidade no aparecimento do Lucas.
Torço por esse jovem atleta, cheio de garra e sonhos. Que ele traga sua medalha ou apenas mais experiência, não importa, vale mesmo é estar lá. Que aprenda ainda mais sobre força, garra e determinação.Que não se incomode com a falta de sensibilidade de algumas pessoas. Que não se afete com a mediocridade. Que siga adiante sempre de cabeça erguida perdoando os insensíveis principalmente os que se dizem educadores e que não passam de pessoas sentadas atrás de mesas cumprindo jornada para receber salário.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Motocicletas

Não acreditei ao ouvir a notícia de que falta apenas o governador do estado de São Paulo aprovar o que os deputados estaduais aprovaram para se transformar em lei.
No estado de São Paulo, em municípios com mais de um milhão de habitantes, a lei é para que os motociclistas não deem carona. Somente nos finais de semana poderão andar pessoas  nas garupas das motos. 
Alegação principal: a lei foi feita para que não haja assaltos promovidos por motociclistas com seus caronas. Um fica na moto e o outro desce e assalta. Depois ambos saem em meio ao trânsito e isso gera impunidade e medo.
Será que aquilo que não se faz deverá ser resolvido com questões como essa? Não haver segurança nas ruas, nem segurança pública adequada para cidades do tamanho de São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto entre outras dá o direito a tamanho desrespeito com a vida privada?
É, parece o Estado que não realiza cobrando da população sua ficha limpa.
Isso é partir do princípio que todos os motociclistas são culpados, de segunda a sexta feira, até que se prove o contrário. 
Gente, além de inconstitucional e desrespeitoso com a lei de trânsito é um abuso de ignorância do representante do povo. Digno de demissão. Mas lembrem que para casos assim a demissão é com o voto! Espero que o governador não aprove isso! É a última chance de não fazer uma barbaridade dessa.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Ontem!

Fiz aniversário ontem. Lembrei de conversar um pouco sobre isso...
Recebi muitas mensagens, telefonemas, abraços, declarações, enfim. Foi um dia muito feliz e repleto de relação. Na verdade busco me relacionar o tempo todo mas é fato que há dias da vida de nós todos e o aniversário é um deles, onde tudo remete à relacionar - se. 
A maravilhosa Hannah Arendt já dizia que "viver é uma relação entre homens". Sem conviver, estar junto, participar de algum modo, não existimos.
Aliás " existirmos a que será que se destina?"
Observando tantas diferenças no mundo não posso deixar de pensar qual a lógica disso tudo. Fui a um lugar ontem levada por um conhecido. Era dia de fotografar. Passamos por muitos lugares onde pessoas sobrevivem de um modo que não posso e nem consigo descrever. Em meio a tanta riqueza e beleza, tanta pobreza e miséria. O avesso.
Ao contrário do que antes me acontecia, hoje olho para tudo isso com o olhar quase egoísta de quem agradece pela vida que tem. Eu tenho uma vida a agradecer, mas não esqueço meus irmãos de mundo, que nem sempre ou quase nunca os conheço e que padecem da miséria da desigualdade.
O grande presente que é a vida não creio ser merecimento. Vida é vida. Nascemos todos do mesmo mistério e morremos todos partindo para o mistério. Só o que temos a saber de fato é o trajeto da vida. Eis que nesse trajeto não consigo ainda (e nem sei se vou conseguir) entender porque alguns tem que viver tão precariamente. Gente em meio ao lixo, ao esgoto, em extrema pobreza. O que temos nós que eles não merecem? 
De novo a malvada desigualdade social. 
Gosto muito de política e a pratico diariamente. Dialética, olhar e projeto, eis pra mim a maior força da política.
Ocorre que mudamos a essência da política e não é raro ouvir pessoas dizendo que odeiam política, embora a pratiquem o tempo todo, dentro de suas casas, no trabalho, na rua. Viver é um ato político. Nas cidades não é diferente. Deve haver política o tempo todo, por isso elegemos pessoas que representam a nossa vontade. Quando vejo situações caóticas fico mais chata do que já sou com isso. Como alguém pode conseguir votos de cidadãos que depositam sua esperança naquela pessoa e quem alcança o poder de fazer acontecer não faz nada ou quase nada por quem de fato necessita?
Não estou falando especificamente de nenhuma cidade. Não vou revelar onde fui para não ter conotação partidária. O que falo é de vontade de colaborar com o outro. Quem vai para a vida pública tem que ter esse desejo e transformá - lo em esforço. Para pessoas sem casa, sem esgoto no bairro, sem saneamento básico, sem comida, não pode lhes servir somente praticar skate. Não tem cabimento isso. Não é ciclovia apenas ou presépio ou sei lá o que. São pessoas que merecem morar com dignidade, criar seus filhos longe de armas e do tráfico, pessoas que ralam e normalmente também ralam nas nossas casas. 
Conversei com uma menina de 17 anos dessas que trabalham como aprendiz ela me contava onde mora. Uma jovem que em quinze minutos de conversa falou de soluções tão simples para a comunidade a qual pertence e não dá prá dizer que ela é iluminada por poder enxergar tudo o que vê. Não! É só um olhar simples para coisas que podem simplesmente mudar.
Mais triste que os políticos eleitos que pouco fazem para melhorar a vida da sua cidade, estado ou país, é o grande número de servidores públicos que nada fazem também. Que são cooptados por este estado letárgico que nada mais vê que seu umbigo e suas necessidades individuais. Gente que tem a tarefa de fazer acontecer e que cruza os braços. Ou faz pior, se alia a pessoas que nada desejam fazer e induzem os fracotes de alma a violar direitos e a acreditar que o importante mesmo é apontar o dedo para outros colegas de trabalho como se o problema de tudo que não acontece tivesse nome e sobrenome. Normalmente essas pessoas alcançam cargos na máquina pública. São os "cala boca" que fazem muitos acreditar que são "melhores" que outros e por isso oprimem seu igual. Crentes que fazem o correto.
Faz anos que eu faço aniversário, não tenham dúvidas. Quero fazer muitos mais. Porém o presente maior que aguardo é que possamos ter uma humanidade mais feliz, com menos desigualdades, com menos interesse pessoal, com um pouco mais de dignidade e ética.
Francamente precisamos nos rever individual e coletivamente. É tão interessante que individualmente vemos mais gente boa que ruim. Pelo menos vejo assim, mas no coletivo o número de pessoas querendo se dar bem, que atropela os outros, que esquece o que aprendeu sobre valores e ética, que ignora o ser humano porque não o conhece pessoalmente...Que enfim se transforma em uma massa gelatinosa e gosmenta que por fora continua com a carcaça de gente... é enorme!
Pergunto: o que acontece entre o discurso e a prática?  Que fórmula é essa que se utiliza para que pessoas  se aliançem com o que é fedido, podre e ao mesmo tempo queiram dormir em lençóis limpos e de banho tomado? Que gente é essa que precisa tanto de algo tão desnecessário e que só perde o sono quando não sabe fazer um planejamento ou uma avaliação burocrática quando seus planejamentos de vida e sua avaliação sobre ela inexistem? E isso não lhes faz diferença. São capazes de viver infelizes anos, mas nos seus confortáveis cargos permanecem parecendo ser alguém. Será que são mesmo? Ser alguém é talvez nossa única real tarefa, no entanto tem sido um grande fardo para muitos e uma bobagem para tantos outros.
Espero que... possamos todos dormir e acordar em paz. "Que as crianças cantem livres", que haja emprego, que mães não tenham que esperar seus filhos virem da escola em meio ao lixo exposto. Desejo portanto que os infelizes do alto de seus cargos colaborem.
Enfim... Desejo que as pessoas possam ter felizes aniversários, como eu. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Zunindo, Sibilando...

"Todo jardim começa com uma história de amor, antes que qualquer árvore seja plantada ou um lago construído é preciso que eles tenham nascido dentro da alma.
Quem não planta jardim por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles."

Rubem Alves

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Amor É Pra Quem Ama

Qualquer amor já é
um pouquinho de saúde
um montão de claridade
contribuição
pra cura dos problemas da cidade
Qualquer amor que vem
desse vagabundo e bobo
coração atrapalhado
procurando o endereço
de outro coração fechado
Amor é pra quem ama
Amor matéria-prima
A chama
O sumo
A soma
O tema
Amor é pra quem vive
Amor que não prescreve
Eterno
Terno
Pleno
Insano
Luz do sol da noite escura
"qualquer amor já é
um pouquinho de saúde
um descanso na loucura".

Vale comprar o novo álbum de Lenine. Essa é uma das músicas. Ele continua maravilhoso nos brindando com a sua sensibilidade doce e exótica. Lindo, lindo!
Boa noite

Verdades que poucos contam!

Vocês sabem que a química no Brasil fez uma verdadeira revolução nos anos 40? Pois é, vejam como são as coisas...
Um casal judeu que morava na Alemanha viveu as agruras daqueles tempos tristes do massacre e da perseguição. Ela como era economista foi para a França enquanto ele providenciava sua saída da Alemanha. Não houve tempo. Ele foi pego e encaminhado para um campo de concentração. Quando sua mulher ficou sabendo, claro, entrou em desespero e buscou ajuda.
Conhecia um diplomata brasileiro que estava na França. Implorou ajuda para tirar o marido do campo. Conseguiu esse feito quando numa madrugada, às escuras, o Brasil conseguiu salvar esse cidadão que passou a morar no Rio de Janeiro.
Lá, trabalhou num galpão fazendo química como podia. Tinha medo de ser pego novamente e no Brasil não havia empregos nessa área. Assistiu do seu galpão como o Brasil queimava café na época para aumentar os preços das sacas. Observando isso conversou com os cafeeiros sobre porque eles queimavam o café e não aproveitavam a cafeína que era muito rica e poderia ser vendida. Eles não lhe deram atenção.
Porém sua esposa ouviu e sendo economista acabou montando uma empresa para vender cafeína. Ficaram ricos. Muito ricos. Ele morreu nos anos 70, ela também e seu único filho faleceu já no século XXI.

Eis um homem brilhante que salvou - se. Há outros milhares cuja história não sabemos e que viraram fumaça da intolerância.

Outro caso semelhante foi de outro judeu que também veio para o Brasil antes de ser atropelado pelo nazismo.
Ele simplesmente era um gênio da química.
Foi ele quem descobriu como separar os produtos existentes nas composições. Sua descoberta pôde favorecer a criminalística do mundo inteiro e através de seu trabalho desenvolvido aqui no Brasil, hoje se pode saber o que contém cada cena de crime ( chumbo, sangue, DNA, enfim).
São ilustres conhecidos de poucos acadêmicos e profissionais de área. Nós só sabemos deles quando nos caem no colo histórias interessantes como essas.
No Brasil a área da química apesar de muito ativa perdeu tecnologias que possuía nos anos 70 e 80 por falta de investimento dos governos. Nós, antes dos grandes produtores mundiais, sabíamos e podíamos desenvolver a química nuclear. Mas não investimos, perdemos profissionais, não valorizamos essa tecnologia. Para se ter uma ideia o Brasil hoje importa cerca de 70% da tecnologia e matérias das quais necessita.
Que dizer... 
Nasci no estado de Santa Catarina e no final dos anos 70 havia uma vinheta que eu ouvia no rádio que dizia mais ou menos assim: ... "governar é encurtar distância."
Posso entender então que, não governar é aumentar distância? Deve ser né? Tem um outro chavão do esporte que é: "quem não faz, toma!"

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Parapan 2011


O atletas brasileiros estão dando um show no Parapan 2011 em Guadalajara. São recordes e medalhas como nunca. Atletas que tem alguma diferença para os chamados "normais". Para alguns não há visão, para outros falta um braço, uma perna, parte deles, não importa. São diversas diferenças. 
O Brasil costuma chamá - los de deficientes.
Segundo alguns documentos postados na internet mesmo a pessoa deficiente "é um indivíduo de corpo inteiro colocado numa situação de desvantagem, provocada por barreiras sociais e ambientais, que a pessoa por causa da(s) sua(s) deficiência(s) não pode ultrapassar da mesma forma que os outros cidadãos." 
Num dos blogs que falam sobre o assunto ainda estava escrito: "estas barreiras, são muitas vezes reforçadas pelas atitudes marginalizadoras da sociedade. Compete à Sociedade, eliminar, reduzir ou compensar estas barreiras, de forma a permitir a cada indivíduo, gozar de uma completa cidadania, respeitando os direitos e deveres de cada um."
Pergunto: estamos fazendo isso? Estamos dando o valor devido aos atletas que são campeões? Que estão lá representando o Brasil? As macro mídias dão a mesma audiência para os "normais" e os "deficientes"? 
Deficiente é a nossa forma de olhar o mundo me parece. 
Esses atletas com poucos recursos, pouco incentivo, são muito, muito melhores que tantos "normais". 
Faço aqui minha reverência a essas pessoas todas que apesar de tudo e de quase todos conseguem chegar lá e fazer seu melhor. 
Espero que um dia, ainda no século XXI a sociedade consiga compreender que a condição humana não está nas possibilidades e impossibilidades físicas. Ser humano é muito mais que ter pernas e braços, visão ou audição. Ser humano entre outras coisas é uma questão de alma. Espero, como já esperei no outro Pan (onde o Brasil também foi absoluto e os atletas foram o máximo), que as autoridades e a população olhem para os "deficientes" brasileiros dando a eles chance de igualdade. Chance!
Rampas, semáforos com sinais sonoros, calçadas sem buraco, emprego e renda ( política de trabalho fiscalizada), fisioterapia de qualidade, espaço na mídia, enfim, igualdade. Espero que a presidenta os receba no palácio. Espero que haja patrocinadores. Espero que ser brasileiro e não desistir nunca para essas pessoas seja só um chavão como é para muitos "normais". 
Parabéns  atletas, vocês superam a vida!

Em tempo, a definição pela política nacional:

“Pessoa portadora de deficiência” é aquela que apresenta em caráter permanente perdas ou anormalidades de sua estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, que gerem incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano” (artigo 3º do Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999).

Padrão considerado normal...?

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Mais de Um Mês





São tantos assuntos que já nem sei qual escolher para conversar um pouquinho. 
Talvez seja interessante lembrar que como eu estou em pleno inferno astral ( e dizem que essas coisas são poderosas...) não me organizei para priorizar o que é tão importante pra mim, me faz bem e me deixa conectada com vocês. Escrever no blog foi uma delas.
Que bom que dá pra voltar para o eixo!
Em pleno turbilhão parece que não vai dar. Quando vi o surfista pegando uma onda de 27 metros respirei fundo e resolvi não tomar mais caldo da vidinha de sempre! Ela engole a gente, hein gente?!! Cuidado!
Aquela onda foi demais. Na verdade demais foi aquele louco no meio dela. Pessoas assim devem ter outro destino porque de fato são mais corajosas que muitas outras. 
Na sequência da onda gigantesca, nem bem eu tinha acordado da cena, me mandaram por e mail as imagens do Caminho do Rei El Chorro - que fica na Espanha.
O lugar está fechado para visitantes desde 2002 mas pessoas insistem em ir lá. Ao ver as imagens que foram feitas por criaturas aventureiras fiquei com um frio na barriga de arrepiar.  O lugar é simplesmente maravilhoso e assustador. A beleza se confunde com o perigo. Num penhasco enorme tem uma trilha de cerca de um metro de largura construída há muitos anos e sem manutenção nenhuma. A trilha ladeia a cordilheira toda. Fica entre o penhasco e o nada!
As imagens mostram que em alguns momentos os caminhantes precisam se equilibrar no que resta de ferro para poder prosseguir. Não há nada para segurar, precisa apenas ter equilíbrio. Sensacional! Impossível descrever. Só vendo mesmo! A altura deve ser entre 50 e 100 metros de penhasco. Maravilhas da natureza. Maluquices humanas.
Uma amiga me perguntou: - Se no fim do caminho tivesse um milhão você não iria? Respondi gargalhando um sonoro " EU NÃO"!
Gente, eu não ia não. Simplesmente não chegaria. Eu deixaria o tal milhão para quem quisesse.
Vale a pena ver as imagens.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Grande Coisa!

O comercial da Hope com Gisele Bündchem transformou a vida da Ministra Iriny Lopes num problema. A frente da pasta que trata de assuntos das mulheres, ela tem status de ministro na Secretaria de Políticas para as Mulheres.
Iriny teve uma fala desnecessária acerca da propaganda. Pediu para o CONAR se manifestar quanto a suspensão da propaganda, caso do órgão avalie que a publicidade coloca a mulher em condição de subalternidade. 
Assistam a propaganda.
Fiz isso com atenção e cheguei a conclusão de que a ministra está sem o menor senso de humor. A situação mais vexatória é de um homem gordinho com uma sunga absurda. A propaganda não é um primor. Na verdade tem coisa muito melhor no mercado, mas muito melhor mesmo.
Daí a tentar tomar providência é demais!! Mal gosto não se discute, lamenta - se. Além disso é uma questão tão particular! E calcinha também, diga - se de passagem que a publicidade é de calcinhas. Esclareço para quem não reconheceu a marca no início do texto! 
Esse tipo de atitude exagerada e meio destemperada de autoridades, muitas vezes é fruto do adoecimento de pessoas que lidam com situações limite e relativas a violência.Passam a ver pelo em ovo, problema em tudo.
Para situações assim tem uma medicação nova e moderna: chama - se diversão. É preciso relaxar para não pirar! O drama que vive a mulher no Brasil adoece mesmo. Isso não desculpa o exagero!
A ministra quando se viu acuada sendo taxada de censora disse que apenas fez uma consulta ao órgão de propaganda e ela havia se sentido censurada. Sem palavras não é mesmo? Para situações assim meu pai tem uma frase ótima: "é melhor ver isso que ser cego" ou então "é melhor escutar isso que ser surdo". Não tomem como preconceito por favor. 
Mas convenhamos que chamar a mulher de censora numa democracia é transformá - la em alguém poderosa demais! Por favor, autoridade também opina e fala bobagens.
De certa forma a imprensa acaba fazendo uma campanhazinha ignorante e preconceituosa afirmando que o governo quer a censura.
Temos que acordar para essa gente anti petista! Que coisa mais cafona isso! Coisa de gente que acreditava que os comunistas comiam crianças, parece a última campanha do Serra que era nessa linha. São vários partidos e vários políticos e que fazem o mesmo jogo antigo e démodé.
Falam tanto da corrupção do PT.  E a corrupção do DEM e a do PSDB? Corrupção envolve todos os partidos e todos os governos municipais e estaduais. Nem sempre aparece, aliás quanto menos aparece maior o nível de corrupção. Sem dúvida "paz sem voz, não é paz, é medo".
A ministra das calcinhas foi infeliz e usou abusivamente seu direito a voz! Nada mais. Vamos parar de ver tanta sombra em pleno meio dia. Além do mais a Dilma que poderia censurar algo, dependeria de tantos outros. Não acredito que alguém que verdadeiramente luta pela democracia brasileira  como ela, pagando o preço alto da tortura contra si, teria o desejo de estabelecer a não democracia ou qualquer forma de ditadura.
Mais fácil que os que se vangloriam de terem lutado na ditadura façam isso. Afinal, tantos que alegam uma luta em favor da democracia e da liberdade e igualdade fazem uso de tantas coisas escusas e são tão pouco democráticas! Que eu saiba esse governo, o da Dilma, tem sido bastante intolerante com gente corrupta. Com gente que quer apenas levar vantagens com a máquina pública. Ao invés de aplaudirmos isso, alguns aproveitam a história da calcinha da ministra ou do sutiã dela ou da Gisele, para fazer imprensa marron. São muitas pitadas de insegurança e medo como se a democracia corresse risco por causa de quem está no poder!
Mais fácil que haja outro golpe para tirá - la de lá diante de tanto incômodo. Eu gostaria mesmo de saber onde estão todos os que votaram na Dilma? E também gostaria de saber se perder faz parte do processo democrático? E também gostaria de saber se propaganda de calcinha é a prioridade da Secretaria de Assuntos para Mulheres? E também gostaria de saber se vocês sabem que hoje faz 15 anos que o Renato Russo morreu? E por fim gostaria de saber se vocês gostaram da salada de frutas que eu fiz nesse texto?
Pois saibam que a democracia é mais ou menos assim. Pode caber tudo, desde que haja um mínimo de respeito ao próximo e que as pessoas saibam até onde cada um pode ir.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Sensações

Um amigo me falou da sensação de que o tempo anda passando rápido demais. Estávamos relembrando como o tempo demorava a passar quando éramos crianças.
Na verdade não tínhamos tantas coisas para nos tomar o tempo. Hoje temos tanta coisa pra fazer, tantos entretenimentos, tantos eventos, internet, enfim, quando vemos já passou da hora de dormir.
Já é hora de acordar e partir para outro dia turbinado de informações e pouco tempo para pensar.
Na verdade sinto que se tirarem da gente, do nosso dia a dia a TV e o computador o mundo vai voltar a passar muito mais devagar.
O ócio produtivo voltará a acontecer. Como isso é impossível, melhor reservar parte do dia para  deixar a vida passar. Nem que seja meia hora.
É nesse momento que iremos sonhar, refletir, reordenar ou desorganizar tudo de vez. É esse tempinho que nos dará um rumo novo, um alinhamento diferente ou o desalinho, sei lá!
Cada um procura ser aquilo que lhe faz melhor. Imagino que para uns seja de um jeito e para outros de outro.
Isso não tem regra de certo e errado.
Nem minha meia hora deve ter tom de conselho. Mas moro numa cidade de praia e cada vez que paro diante do mar por minutos, sinto a diferença. Penso na minha vida, na dos outros, revejo flashes.  Vou e volto. Assisto a minha TV de um jeito diferente. Respondo coisas no meu computador, vejo sites e navego. Viajar é preciso.
 Preciso do tempo do nada todo dia porque pra mim esse tempo é tudo!

Não Consigo Entender!

Sinceramente não consigo entender por que a programação de TV melhora tanto na madrugada (boas reportagens, viagens,  filmes, curiosidades, entrevistas, enfim).
Sou obrigada a crer que estes programas não são do interesse de muita gente e por isso são colocados nas programações da madrugada ou então não teria lógica nenhuma. Normalmente as pessoas dormem à noite. Eu inclusive, mas confesso que ando abusando da possibilidade de ter horários muito flexíveis para trabalhar. Assim tenho o privilégio de ampliar meus conhecimentos e ainda tenho o prazer de assistir bons programas.
Seria interessante se mais gente pudesse experimentar pelo menos. Assim, experimentando novos horários com boa programação talvez fosse possível descobrir um público novo e que também sairia ganhando muito.
Afinal a TV é uma das grandes responsáveis pela comunicação de massa no mundo. Falem o quiser mas a TV ainda é uma grande máquina a conviver com as pessoas de todas as faixas etárias, de todos os níveis, classes, cores, religiões, vivências. É fundamental utilizar um veículo como esse , quase imprescindível em mais de 80% das casas brasileiras para divulgar e difundir informação de qualidade. Isso pode - se ter entre 1 e 6 da manhã! Assim poucos podem ver coisa boa e muitos ligam a TV para haver algum barulho.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Levantando

Parece que o Avaí está tentando se livrar do rebaixamento.
Ganhou de 3 a 0 hoje.
Vamos esperar para ver, ainda tem umas 10 rodadas nesse campeonato. Acho muito possível! E o Santos, bem que podia ir para as cabeças. Tem condições pra isso.  Sufoco besta esse de ficar mais pra lá do que pra cá.
Tá em 12° , pode muito bem pular até o quarto ou quinto lugar, o que seria ótimo também!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Desabafo


Há uns anos atrás, especificamente em 2006 soube que a Prefeitura de Santos e a Unisantos tinham firmado um convênio e que os funcionários ( como era meu caso) teriam direito a um desconto de 25% nas mensalidades das pós graduações. A Unisantos por sua vez concedia desconto de mais 25% para aqueles que fossem  ex alunos. Eu que havia cursado a graduação na Unisantos teria direito a 50% de desconto no curso de pós.
Movida por esse incentivo financeiro e desejando aprender ingressei no curso de especialização. Ficou acordado à época entre a Universidade e a Prefeitura que haveria uma lista encaminhada das Secretarias do Poder Público para a faculdade a fim de que fossem citados os interessados e assim concedidos os devidos descontos.
Assim foi feito. Ocorre que meu nome e de mais duas colegas não foi colocado na lista por um lapso de uma das assessoras da Secretaria de Assistência Social da Prefeitura. 
Logo no primeiro mês percebemos que havia algo errado já que aproximadamente 30 pessoas haviam recebido 50% de desconto como deveria ser e apenas nós três não. Logicamente fui saber internamente o que havia ocorrido para depois ir falar com alguém da Universidade que pudesse resolver o "erro" de terceiros que afetava diretamente a mim.
Descobri que haviam "esquecido" de inserir as pessoas do Departamento da Secretaria (chamado de proteção especial que era o nosso na tal lista), constando as 30 pessoas da Proteção Básica. ( Vale o informe de que as duas responsáveis, cada uma por um departamento não se entendiam bem, havia divergências entre ambas. )
Uma  não fez a inclusão de nossos nomes na lista e a outra também não. (Não sei se isso revela algo também...) 
Logo que detectamos o erro iniciou - se a via sacra... conversas na Secretaria a qual eu pertencia e na Universidade a fim de que fosse reparado o erro. Foram encaminhados e-mails e ofícios com demoradas ausências de resposta da Universidade até que passados longos 10 meses a Unisantos informou que: "como o curso tinha tido muita procura e não estava dando lucro, poderiam apenas ofertar 40% de desconto se fosse o caso". Parecia favor e não direito!
Ora pois... Pergunto eu: - porquê teríamos 40% de desconto e os demais 50% sendo que as alegações não diziam respeito a nada que pudesse ser plausível. De um lado fomos vítimas de um erro do nosso departamento dentro da Prefeitura, de outro não tínhamos nada a ver com a falta de lucro e excesso de procura do curso na Universidade. 
Aí começou a saga. Uma de nós três começou a pagar com 25% de desconto porque entre o início do curso e a resposta final ela havia terminado o contrato com a Prefeitura e não sendo funcionária de carreira passou a ter apenas os 25% de desconto apenas por ser ex aluna.
Uma outra deixou de pagar como eu, até que tivéssemos o veredito uma vez que recorremos da alegação dos 40% na Universidade. Vale ressaltar que a Prefeitura retirou - se da conversa ( discussão/ mérito da coisa) ao receber a "proposta" de 40% e nos encaminhar como o máximo que puderam fazer.
De novo pareceu - me favor e não reparação de um erro.
Passamos então a ter um problema particular e não mais institucional.
Passamos a ter que requerer sozinhas nosso direito. Essa colega e amiga num dado momento depois de terminarmos o curso e nada estar resolvido foi procurada por um advogado e seu pai resolveu pagar tudo o que ela devia para "evitar problemas". Eu nunca fui procurada por advogado algum! Frise - se que aguardei mas não ficaria satisfeita em pagar com 25% de desconto como ela ( seu pai) fez. Não estava correto. 
Então em 2010, julho aproximadamente, recebi uma oficial de justiça em minha casa às 7 da manhã com ares de “p. da vida” dizendo que era a terceira vez que me procurava e que eu nunca estava. Muito engraçado, se não fosse triste, é que como sou servidora pública. Seria muito lógico me achar na Secretaria a qual pertenço há 18 anos não acham? Mas, enfim... Recebi um documento me dando prazo de 15 dias para constituir advogado e pela última vez me pronunciar por que havia uma ação contra mim proposta pela Unisantos com entrada em 2009. No processo eles afirmavam que eu devia e que deveria pagar com os 25% de desconto. Ora, nunca me neguei a pagar, mas desejava e desejo ainda pagar o que é justo.
Paguei para uma advogada entrar com uma espécie de defesa ( me desculpem não sou advogada e não sei utilizar os termos exatos). O que ela fez foi anexar minhas provas: os e- mails e ofícios e a resposta da Unisantos dizendo dos 40% de desconto, mais as listas que não citavam meu nome e outras listas que citavam pedindo o desconto igual aos demais servidores públicos ex - alunos da Universidade. Pediu ainda que testemunhas fossem ouvidas, dentre as quais a pessoa que “esqueceu” nossos nomes que no final era apenas o meu nome já que todo mundo pagou, menos eu. 
O que eu consegui com isso? Uma audiência de conciliação no corredor do fórum. Era o advogado da Unisantos com listas de valores que se aproximavam de R$ 10 mil e minha advogada dizendo que eu deveria aceitar um dos acordos. Vejam quais: 
1 - pagar com 50% de desconto a vista mais as custas do processo. Cerca de R$ 6.500 em parcela única no dia seguinte da conciliação. 
2 - pagar próximo de R$ 8 mil em prestações que o advogado gentilmente me possibilitaria. Quatro vezes. Vejam que espetáculo de conciliação. 
A conciliadora no corredor falava para a minha advogada: - Dra. esse processo é de 2009, a juíza já está finalizando tudo de 2010, vê se faz um acordo aí.
E eu pedia para a minha advogada solicitar que as minhas testemunhas fossem ouvidas. Apenas isso, já que no site da Unisantos atual está dito que se concede desconto de 15% para ex- alunos e nada mais consta dos 25% de 2006. 
Minha advogada querendo muito que eu fizesse o acordo me dizia: - Cláudia, melhor fazer o acordo do que aguardar a sentença. Se a juíza "quiser" ela manda você pagar 100% da causa num prazo de 15 dias e você pode “se dar” mal.
Quem me conhece sabe o quanto a injustiça dos outros me afeta. Imaginem a minha. Eu achava aquilo surreal. Não era possível que eu fosse ter que fazer um acordo daqueles dois. Sem comentários...
Disse para minha advogada que não faria esse tipo de acordo, que faria um acordo decente, possível de pagar. Dentro de uma lógica seria o valor que eu devo, com juros e correção, com 50% de desconto em algumas vezes já que a parcela mensal do curso era de R$ 290 sem desconto e R$ 145,00 com o devido desconto. Disse que aguardaria a sentença acreditando que a juíza leria o processo pelo menos e veria muita coisa a meu favor.
O advogado da Unisantos manda dizer através da minha advogada ainda na conciliação que se eu não ficasse "boazinha" “ele” não me permitiria pagar em vezes caso eu perdesse a ação.
Nessas alturas diante da conduta da minha advogada, imaginei que a causa estivesse mesmo perdida. Se nem ela estava me ajudando, imagine os demais. Mas, insisti em acreditar na justiça.

DESFECHO:

Fui sentenciada gente! Dia 14 de setembro saiu o veredito. Fui condenada a pagar o que devo com apenas 25% de desconto por falta de provas e apenas indícios com relação ao alegado por mim. Provavelmente a juíza imaginou que eu fosse uma louca né? Afinal de onde eu tirei essa idEia de 50% de desconto? Deve ter sido imaginação minha!!!
Fui literalmente à loucura! Que país é esse!!!!!??????!!!!!!????? Que país é esse!? 
Estou recorrendo, obvio. Tive que pagar para outra advogada para recorrer. São custas e honorários por minha conta. Baratinho, baratinho sabe!!!! Mas vou recorrer, aliás, já estou recorrendo.
Moral da história comprida: pode? 
Minha intransigência não é com relação ao que devo, mas com referência a forma como as coisas se dão e como a justiça é falha e injusta. Chega a ser cretina em dados momentos. Melhor dizendo, nem sei se é a justiça, mas os operadores dela. Não sei até agora qual é a cara da juíza. Não falei uma linha. Não pude ofertar minhas provas testemunhais. Estou sentenciada. Simples assim. E minha advogada ( a da conciliação) me avisa do fato dizendo: - te falei “né” Cláudia? Vai lutar contra todo um sistema? Não dá certo!
Eu respondi: - vou sim. Se não fizer isso, não posso ficar em paz. Não vou ceder a essa onda de barbaridades e a banalização da pessoa em favor das instituições não. Posso perder a causa, mas não posso é me conformar com isso nem me perder!
Essa juíza tem chefe e é para ele que vou rogar que pelo menos tentem fazer justiça. 
Foi só um desabafo de alguém que diante disso não pôde deixar de pensar: imaginem pessoas que perdem a liberdade em nome de tamanho descaso com as vidas individuais, com os direitos individuais. Imaginem pessoas que não possuem a mesma possibilidade de argumento que eu. Imaginem se neste país por vezes não é possível compreender pessoas que fazem ilícitos diversos frente a tamanho descaso da justiça brasileira.
Falando sério, tudo isso á muito triste.
Meu empregador se lixa para mim.
Problema causado por pessoas da máquina pública e que são responsabilidade da Prefeitura. Meu empregador retirou - se da discussão e me deixou sozinha. Minhas colegas retiraram - se e cada uma com seus motivos me deixaram sozinha. A universidade CATÓLICA de Santos não teve a menor relação com a verdade e agiu de má fé ao colocar no processo apenas meu contrato com 25% de desconto no curso. Esqueceram de colocar que sou ex- aluna e que tenho direito aos demais 25% de desconto. Não estou falando isso para ser vítima, mas fala sério!!!
Eu, mais uma vez vou à luta. Mas juro que estou ficando muito cansada! É muita gente acreditando que não se pode fazer nada. Talvez eu é que esteja fora de contexto, mas informo que por enquanto, pretendo morrer assim.  

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Amália Rodrigues - Meu Amor é Marinheiro

Meu amor é marinheiro
E mora no alto mar
Seus braços são como o vento
Ninguém os pode amarrar.

Quando chega à minha beira
Todo o meu sangue é um rio
Onde o meu amor aporta
Seu coração - um navio.

Meu amor disse que eu tinha
Na boca um gosto a saudade
E uns cabelos onde nascem
Os ventos e a liberdade.

Meu amor é marinheiro
Quando chega à minha beira
Acende um cravo na boca
E canta desta maneira.

Eu vivo lá longe, longe
Onde passam os navios
Mas um dia hei-de voltar
Às águas dos nossos rios.

Hei-de passar nas cidades
Como o vento nas areias
E abrir todas as janelas
E abrir todas as cadeias.
 
Meu amor é marinheiro 
e mora no alto mar
coração que nasceu livre
não se pode acorrentar

Assim falou meu amor
Assim falou-me ele um dia
Desde então eu vivo à espera
Que volte como dizia. 


Amália Rodrigues

Descobrimento


Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.
Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus!
Muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido, magro, de cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.
Esse homem é brasileiro que nem eu.

Mário de Andrade

TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Sumida

Oi pessoal, ando meio sumida.
Tenho escrito demais! Algumas coisas de trabalho e outras para o futuro!
Peço que perdoem a ausência. Assuntos não faltam mas o cansaço mental bateu forte. Nada que o final de semana não tenha ajudado a curar. 
Nessa semana a Escola Duque de Caxias (municipal de São Vicente) completa 60 anos e as comemorações vão consumir um pouco. Afinal esse povo é festeiro. 
Na terça irei a uma reunião bem interessante. Começa a se configurar um movimento social importante em São Vicente. Novos Caminhos! Breve muitos poderão participar e acredito vão adorar a possibilidade de liberdade e de fazer mudanças importantes na cidade. Dar voz ao que temos guardado é uma sensação bastante especial.
No mais o Rock in Rio bombando! 
Muitos cachorros sendo depositados pelas ruas da cidade. Esta semana flagrei um carro deixando 05 cachorros na linha vermelha próximo ao morro do Carrefour. Estava do lado oposto e não consegui anotar a placa, mas a marca é Fiat. Precisamos denunciar isso. Os animais ficam machucados, assustados e além de tudo não sabemos se são ferozes ou mansos. Além do sofrimento deles, pois são todos adultos. Acabamos por ver a cidade repleta de animais nas ruas, desamparados e abandonados. Apelo que os que gostam de animais, por favor, vão até os locais de doação. Esses lugares estão repletos de cães que precisam de um dono. Os bichinhos de raça são muito bonitinhos mas o comércio está absurdo. Melhor darmos qualidade de vida àqueles que são considerados sem raça definida.
Esses ninguém quer. Tenho uma vira lata em casa.  Saibam que a inteligência, saúde, carinho, amizade e beleza, não difere em nada dos considerados "de raça". Animal bem tratado e bem cuidado fica maravilhoso.
Não podemos esquecer que somos todos vira - latas. Somos fruto de uma mistura enorme de povos e nos orgulhamos disso.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Deus

"Tudo balança porque Deus dança."


Frase de Lu Guimarães uma de tantas brilhantes anônimas.

Basquete

Enfim o basquete brasileiro participará novamente de uma olimpíada. Faz 16 anos que não temos o basquete masculino brasileiro participando. Assisti a uma entrevista de um atleta. Honestamente não lembro o nome dele agora, mas estava emocionadíssimo porque está com 36 anos de idade e irá pela primeira vez disputar um campeonato tão importante.
É realmente um feito dos atletas. Com tão pouco investimento, pouca divulgação e incentivo para a prática do esporte nos últimos 20 anos, temos que saudar os atletas. Foram guerreiros.
Somos mesmo brasileiros e não desistimos nunca.
Quase assim caminham os atletas brasileiros, exceto alguns do vôlei, tênis e futebol.
Ainda assim com muitas ressalvas.
Quando isso vai mudar? Quando trocaremos clínicas de internação, prisões, unidades da Fundação Casa por quadras e pistas?

domingo, 11 de setembro de 2011

Faz 10 anos!

Quem não lembra o que estava fazendo em 11 de setembro de 2001?
Eu estava trabalhando num prédio que ficava na Rua João Pessoa n° 300 no centro de Santos. Chamava - se Centro de Referência Social.
Aliás, não consigo lembrar como ficamos sabendo do que estava acontecendo. Não sei quem levantou a informação já que não tínhamos TV no local nem rádios ligados. Provavelmente o telefonema de algum familiar que estava assistindo levantou a lebre. Lembro bem das pessoas todas voltadas ao assunto e logo ele se espalhou. O trabalho praticamente parou e logo todos queriam sair mais cedo para almoçar e ver as cenas inacreditáveis do horror do terrorismo.
Na verdade eu achei aquilo tudo meio surreal. Achei que fosse coisa de boca a boca mal noticiada.
À tarde, quando vi as imagens do que tinha acontecido tive a dimensão do que eu tinha minimizado. Foi um horror! 
O que acontece de novo hoje comigo, é que assistindo a mesma cena de 10 anos atrás sinto que atualmente estou muito menos crédula que naquele dia.
Insisto em tratar a questão com distanciamento porque é muito irreal que a intolerância humana, a economia desenfreada e a política de dominação possam matar tanta gente inocente. A inocência nesse caso não tem conotação de alienação, nem de descaso, mas de inocência mesmo.
Todos tinham ido ao trabalho para mais um dia de salário garantido a fim de viver a vida e pronto. Morreram!
Outros voavam para se deslocar mais rápido para chegar a destinos que lhes eram necessários! Morreram!
Outros que esperavam por familiares e amigos ficaram sem eles.
E o mundo nunca mais será o mesmo desde aquele dia! 


terça-feira, 6 de setembro de 2011

Carlos Drummond de Andrade

Cortar o tempo

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Educação Física

Ontem foi o dia do Professor de Educação Física.
Cometi uma falta "terrível".  Prometi postar os parabéns para esses profissionais tão importantes e esqueci.
É da idade!
Deem uma colher de chá.
Mas deles não esqueci não.
Aliás, impossível esquecer!
Minha grande amiga e irmã tem essa formação. Aliás foi ela que me chamou a atenção pela ausência. Ela veio ao blog e não achou  aquele alozinho.

BEIJÃO.

Pássaros

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.


Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.


Cecília Meireles

Simplesmente ela:


(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.

(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Denúncia

As peruas de lotação de São Vicente tem ofertado caos ao transporte público da cidade. Participei hoje de uma reunião bastante interessante. Fizeram parte do encontro muitos jovens, moradores do município.Entre tantas questões fundamentais que refletiram e sobre as quais falaram, muitas foram as histórias acerca do transporte de lotação da cidade.
Muitos dos jovens presentes possuem carteirinha de isenção do pagamento do transporte por serem adolescentes aprendiz, o que lhes garante este benefício. Ocorre que dificilmente conseguem entrar nas lotações, uma vez que somente dois deles podem ser transportados em cada veículo.
Porém os motoristas não "costumam parar" para levá - los pois com isso deixam de ganhar o equivalente a outra pessoa que pagará a condução.
Isso também acontece com os idosos que tem garantido por lei o direito de não terem que pagar sua condução coletiva. Assim ficam relegados a segundo plano.
Já os cadeirantes sofrem com o problema de forma mais aguda, pois além de contarem com a enorme má vontade de muitos motoristas das peruas, ainda sofrem com a intolerância da população em função da demora para a possibilidade de acesso ao interior do veículo. Tudo isso se agrava com o fato de que as lotações trafegam super lotadas e sem condições seguras para o transporte da população. Em horários de pico são absolutamente insuficientes. Muito bem, ouvindo essas coisas todas e me indignando pela violência e descaso a que são submetidas pessoas que moram nas periferias da cidade, não posso deixar de relatar. Mais que isso, solicito que os leitores divulguem esse fato. Peço para os colegas jornalistas que divulguem essa notícia, pesquisem a situação, façam matérias sobre o assunto. 
Não bastasse o descaso dos motoristas com a população, sua direção de risco e sua pouca responsabilidade quando da entrada e saída de pessoas das peruas, a população não tem para quem reclamar. A fiscalização desse transporte vem sendo insuficiente e quando ocorre, os motoristas e cobradores já sabem quando e onde isso acontecerá. Desse modo, não permitem a presença de mais de 18 pessoas nos veículos que conduzem, não referem as suas violações de direitos da população a ninguém. E assim come - se ao fim de cada dia uma pizza. Prato preferencial de todos aqueles que agem em desacordo com a lei mas que não são pegos, nem investigados, nem condenados. 
Hoje, ao ouvir aquelas falas de meninos e meninas muito jovens e tão sujeitos a injustiça cotidiana, sem voz, sem chance de denunciar, não consegui ficar em paz. Aliás a paz é algo que me pertence pouco nas questões relacionadas as coisas coletivas. Assim, imagino que muitos leitores também pensarão acerca do que fazer! No mínimo é preciso que haja para onde denunciar. Não é possível que vivamos num tempo tão cheio de possibilidades de um lado e tão desigual de outro.
Transitar entre a área insular de São Vicente e a área continental é uma viagem de 1 hora no mínimo, dependendo do trajeto. Imaginem então 2 horas de violência por dia, com pessoas "p. da vida", lotação cheia, levando trancos e freadas, correndo risco claro, sem ter como reclamar. Apostamos sempre na resiliência individual, mas isso é no mínimo muito perverso.
Falar de resiliência como se fosse obrigação de cada pessoa nessas condições ter tolerância e não romper seu limiar de aceitação é colocar pimenta nos olhos dos outros. Desejo às autoridades de transporte da cidade, aos vereadores, aos secretários de pasta e sua assessoria que se sensibilizem. Mais que isso, que façam alguma coisa. Uma ação simples seria um disque denúncia onde as pessoas possam ligar gratuitamente para denunciar o número dos veículos, a linha que fazem, a placa das peruas e com isso possa haver algum tipo de penalidade aos abusos. Por outro lado não se pode oferecer licença para a prestação de um serviço que venha garantir um direito constitucional sem que haja capacitação daqueles que terão a tarefa de garantir esse direito no lugar do poder público que precisa fazê - lo e terceiriza serviços.
Depois alguns acham estranho o porquê de tanta violência individual gratuita. Por banalidades. Será mesmo que não há motivos explícitos para tanta intolerância na sociedade? Será o poder público o maior violador de direitos ao invés de ser quem garanta direitos? Frequentem os bairros distantes e vejam o que acontece. Isso não é problema deles. É problema de todos. Uma sociedade mais justa e igual será uma sociedade mais acolhedora, menos violenta, melhor para se viver. 
No momento, escrever é só o que posso fazer. Mas vou perturbar as autoridades conversando com pessoas que com absoluta certeza partilham do ponto de vista de que: ASSIM, NÃO DÁ! 



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Cutucada

Basta que as pessoas alcancem um mínimo de poder para sabermos quem são elas.
Quanto mais ouço sobre algumas coisas, mais tenho clareza que meu caminho não está equivocado não!
Coisa de louco a forma como as pessoas tratam umas as outras. Como se umas valessem mais e outras menos, de acordo com os cargos que ocupam. Lástima total essa gente que se faz de boazinha. Todo bonzinho quando apresenta seu lado malzinho faz estragos.
Aos que se sentem feridos com as situações, muita tranquilidade e força para não se deixar derrubar pelo equívoco do poder de alguns.
Aos que praticam o poder substantivo, que tentem derivar suas vidas por caminhos onde o poder verbo lhes permita serem melhores.
Afinal, um dia todos nós desapareceremos, independentemente dos cargos que ocupamos, do "poder" que temos e do dinheiro que adquirimos. Só uma cutucadinha!!!

domingo, 28 de agosto de 2011

Dia do Psicólogo

Dia 27 de agosto é o dia do psicólogo. 
Tive a grata presença de muitos psicólogos nas minhas relações profissionais e pessoais. Precisei de mais de um deles para ficar mais inteira e me conhecer melhor vida afora. Pude dividir as coisas mais íntimas, seja com os amigos que fiz ou com profissionais que fizeram parte do trajeto. 
Fico mesmo com os amigos agora.
Não por nenhum motivo especial, apenas porque esses ficam na caminhada até que o caminho acabe. Amigo é coisa muito séria.
Aos meus lindos amigos psicólogos, meu melhor sentimento. Afinal, quem seria eu sem vocês? Posto no dia 28 com o coração ainda no dia 27. Minha pequena homenagem aos meus queridos de sempre. Continuo meio complicadinha nas relações, tenho meus momentos conturbados, difíceis, mas lembro sempre quem é quem. Não esqueço vocês não, nunca!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Santos vai virar?

O Santos FC ganhou nesta noite mais um jogo. Nem acredito que o time está se recuperando. Até uma semana atrás a coisa estava feia. Ufa!!!
Agora é torcer para que o meu Avaí se movimente rumo ao alto da tabela porque se continuar assim vai cair!!!
Puxa vida, estava indo bem no ano passado, agora está nessa vidinha de "timezinho" de quinta.
Quem não se comunica, se "trumbica"!

Justiça em Crise

Patrícia Acioli morreu por exercer com rigor sua função de juíza.
Tim Lopes morreu por realizar sua função de jornalista.
Os investigadores e delegados do caso Araceli foram todos mortos e o caso está sem solução desde 1978.
Todos os envolvidos na tentativa de desvendar o crime da menina desde esta época morreram.
Chico Mendes morreu lutando como ambientalista  pelos seringais e contra forças poderosas. 
Enfim Patrícia Acioli, espero não seja mais uma remota lembrança. São muitos casos de injustiça e impunidade. Apurar os crimes e desvendar os autores será o mínimo para um assassinato que coloca a faca no pescoço da justiça. O que será de nós se quem julga corre risco de vida? Esse recado é avassalador.
Já faz tempo que sei que a justiça julga com medo dependendo do caso. Vivi isso no meu dia a dia profissional. Até então imaginei ser uma questão particular, ou situações relacionadas a crianças e adolescentes.
No Brasil apenas 4% dos crimes praticados contra crianças e adolescentes são punidos. 
O problema é que no caso da juíza os bandidos são a polícia.
Na verdade os dois diferem - se por suas fardas.
Uns de distintivo e outros com bermudões e bonés.
Moram nas mesmas comunidades, normalmente crescem e vivem juntos. Antigamente se dizia que eram da mesma classe social. Os salários pagos pelo tráfico são muito maiores que os pagos pela segurança pública. Assim, hoje é comum que saibamos de policiais aliciados pelo crime organizado para trabalhar nas duas pontas: segurança e tráfico.  
Crianças normalmente sonham ser jogadores de futebol e policiais. Atualmente há uma outra categoria que os atrai. O "trabalho de ser  traficante".
Traficantes nas comunidades entregam cestas básicas para os mais carentes, providenciam remédios e advogados para os necessitados, cuidam para que não hajam crimes sexuais contra crianças e os punem com rigor a seu modo quando ocorrem.
Já os policiais vem ofertando medo e terror.
Cometem crimes fardados, dão tiros a esmo, praticam extorsão, enfim demonstram ser o avesso do avesso.
Patrícia Acioli disse a uma das mães que ela atendeu que: "enquanto vida eu tiver vou lutar por justiça". Ela o fez e os vinte e um tiros que recebeu representam a maioridade plena da prática de crimes que ficam impunes. Ou que supõem seus autores ficarem impunes. 
A maior luz que pode haver na democracia é a reparação dos crimes praticados. Não há democracia onde existirem crimes impunes e balas perdidas. Assim não há justiça. Torço para que possamos servir de holofotes através de nossos olhos, ouvidos e bocas. Precisamos desejar e pedir a luz para o caso da juíza. A justiça nesse caso é urgente e necessária. Sem o que a justiça brasileira e a democracia estarão na UTI correndo risco de morte ou de ficar em coma profundo para o resto da vida. Respirando por aparelhos e com morte cerebral. Precisamos não ter medo pois o medo nesse caso é o medo do medo que não vai deixar a vida fluir.


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Crianças de São Paulo

Fui surpreendida com a notícia de crianças que destruíram um restaurante em São Paulo. Apenas um deles tinha 12 anos, os demais todos com menos idade que isso.
Há uma pergunta que não cala em mim. O que faz crianças serem consideradas perigosas a tal ponto que ninguém as consegue conter? Não há nada no Estatuto da Criança e do Adolescente que afirme que crianças não possam ser seguradas pelo braço a fim de que não se machuquem e que eventualmente não machuquem as pessoas.
Não se trata de violência nesse caso, mas de contenção com intuito de impedir algo dessa natureza. Não estava lá, mas imagino que houvessem adultos que tem naturalmente mais força física que uma criança. Só consigo atribuir ao desconhecimento da lei e ao medo coletivo instalado e subliminar que paralisa as pessoas e judiciariza tudo.
Ou transforma atos como esses em casos meramente policiais. É muito maior que isso. É muito mais que isso. Essa cena tem facetas múltiplas.
O que leva crianças tão pequenas a prática de tamanha barbaridade? Elas deveriam estar protegidas, cuidadas e não barbarizando pelas ruas. Crianças tem prioridade absoluta em todas as políticas públicas a fim de que sejam protegidas. Crianças necessitam de atenção integral. Em caso de não estarem vivendo em condições dignas necessitam ser acolhidas em instituições que promoverão ,juntamente com outros agentes do sistema de garantia de direitos, a sua proteção. Afinal de contas, crianças são o futuro da nação.
Esse chavão me acompanha desde  minha infância que já está  longe em cronologia. Depois o que leva cidadãos brasileiros a temerem em desespero crianças enlouquecidas? A ação coletiva é a paralisia.
Chama - se a polícia.
Ninguém mais deve agir. O coração não bate mais, seria isso? Os impulsos para casos assim estão fora de padrão? Repito que não estava lá, mas me custa crer que crianças franzinas sejam capazes de "tocar o terror" e depredar um restaurante inteiro e depois a delegacia de polícia. A delegacia de polícia também?
Uma idéia me persegue nessas horas. É a quase certeza do desconhecimento da lei. O Estatuto da Criança e do Adolescente é alvo de críticas apesar dos seus 20 anos de existência. Ao lê - lo observamos que o mesmo possui uma linguagem simples e artigos de fácil compreensão. A moral da história ECA é: crianças e adolescentes devem poder crescer em condições dignas a fim de que se tornem cidadãos dignos. Nada mais que isso. Portanto, bater é um ato de violência. Desse modo, não é possível em situações como essa, sair dando cadeirada e vassourada. Mas nada impede que um adulto contenha fisicamente uma criança.
Se tivermos medo de crianças o que será de nós e delas num futuro próximo? O que se imagina? Que elas fiquem presas? Não, não serão presas porque não respondem por seus atos nessa idade. 
Me vem uma outra pergunta: qual o tamanho da violência a qual são submetidas essas crianças para que tenham respostas tão violentas? Quem serão seus pais? Em que condições vivem? Como se alimentam? Qual o carinho e respeito que conhecem? Quais políticas públicas as assistem e estimulam? Quais seus potenciais estão sendo ressaltados e valorizados? 
Não é um problema de polícia somente. É um problema de família, sociedade e Estado. É uma outra lei , a Constituição Federal Brasileira em seu artigo 227 que muitos não leem. Fácil achar que fazer a sua parte é pagar contas, pagar imposto e afins. Nesse artigo está dito que o papel de cuidar com absoluta prioridade de crianças e adolescentes é papel coletivo. Cidadãos não estarão "se metendo" na vida dos outros ao agirem em situações dessa ordem. Estarão exercitando cidadania. 
O tal do fazer a "minha parte" acaba com muitas responsabilidades coletivas. Se cada um imaginar uma idiotice como sendo "sua parte", continuaremos construindo uma sociedade imbecilizada pela ignorância e pelo medo. Fazer a sua parte, a nossa parte é muito mais que ir na urna e votar em qualquer amiguinho com tendências a ser pavão ou muito "vaidoso", ou votar em racalcados que imaginam através do poder nefasto da política exercida por muitos deles remontar seus egos adoecidos. Fazer sua parte é pensar e agir. Pedir nas ruas, nas redes sociais, nas mídias, nas rodas de amigos, nos grandes coletivos mais justiça social e menos desigualdade talvez seja algo importante a ser feito.
Exercitar a compaixão por pessoas como essas crianças que com tão pouca idade já tenham conhecido tamanha violência e desumanidade a tal ponto de sentirem - se capazes de reproduzir atos dessa natureza, quem sabe seja parte de nossa parte. É muito caótico temer as crianças e desejar a redução da maioridade penal ( que diga - se de passagem é inconstitucional), é simplificar nosso medo. É antagônico demais que 90% das pessoas tenham como sonho número um da fase adulta, ter filhos e temer crianças da maneira como acontece quando ocorrem atos como esse. Elas são só crianças, reflexo dos adultos, instruídas por nós e representantes do futuro! Não posso deixar de mandar um abraço enorme ao Renato Russo que deve se revirar na tumba todas as noites, incrédulo do quanto suas músicas ainda são tão relevantes. "Que País é Esse?" "Ninguém respeita a constituição, mas todos acreditam no futuro da nação"...