sábado, 23 de julho de 2011

Imitando crescemos?

Ando pensando um pouco sobre o porquê de tanta gente falando a mesma coisa e fazendo a mesma coisa. De receita de bolo até ir ao espaço. Claro que precisamos ter uma linha para tudo. Partimos de alguma coisa. 
Recentemente conheci um imbecil.
Alguma coisa me dizia que algo nele não fazia sentido. Foi uma parceria profissional muito rápida e até de um ser desses, pode - se tirar alguma lição. Resultado: ele vive fundamentalmente de passado e de total imitação. Sua frase principal é: "não vamos inventar a roda". Ter ideias, ousar, não é inventar a roda. É tentar movimentar as coisas, tirá - las do marasmo da vida. 
Amamos a genialidade de pessoas, mitificamos muita gente. Quando se trata do inovador, de ousadia, de ideias que não caem em zonas de conforto, há um ar, uma curiosidade em torno do novo.
Já a mediocridade que vem em ondas, não desperta nada.  Ela aparece nitidamente em forma de frases do tipo: Não é assim que se faz. É de tal jeito porque desse jeito dá certo, prá que inventar? Penso que seja porque não se trata de imitar. Trata - se de pensar algo e experimentar. Afinal, vivemos em sociedade, me parece razoável que mexamos nas velhas formas e pensemos outras. Quem não amou os Beatles? Eles inovaram.
E a genialidade de Arnaldo Antunes, Os Mutantes, a Tropicália? E a loucura de Einstein? E se não fosse Graham Bell?
Santos Dumont? Todos loucos? Precursores de grandes conquistas da humanidade. Uns melhoram o que outros iniciam. Assim avançamos. Ouço muita gente falando,ou melhor, perguntando o que acontece? Estamos num mundo de gente deprimida, vendida, perdida em meio a corrupção.
Segundo Freud, não vivemos, estamos sendo vividos. Presto muita atenção nisso faz bastante tempo. Lembrei de escrever acerca porque faz dias que tenho ficado inquieta com essa história. Produzi um trabalho recentemente e que deu muito certo. Foi fora dos padrões, mas, ainda bem, eficaz.
A primeira coisa que ouvi quando entreguei foi: agora se usa uns plásticos para tal coisa...enfim. Eu não falei, mas pensei: plástico?
Demora 500 anos para que a natureza assimile o plástico. Para que eu usaria plástico se a grande questão é realizar trabalhos e "coisas" pensando na sustentabilidade? São (desculpem a falta de educação), pessoas muito imbecis que validam aquilo que é uma prática só porque é uma prática. Ponto. Olha como é difícil ir ao supermercado e não usar aquelas sacolinhas plásticas. Leva tempo para as pessoas assimilarem algo novo. Sem pensar nada que possa ser feito de diferente a partir de alguma coisa que era boa, mas que no momento não é mais. Simples assim. Graças as divulgações, estudos, enfim.
Exemplo simples: começamos fazendo cocô no mato, depois criamos latrinas, hoje temos lindos banheiros para o mesmo cocô. Tivemos que pensar a respeito e chegar a conclusões a partir de ideias. Inimaginável pensar o que era um banheiro de avião 100 anos atrás. Só que precisamos pensar em banheiros mais sustentáveis e brevemente nossas descargas caseiras serão objeto de museu, gasta muita água. Aos amedrontados com o novo minha péssima notícia...

Ao mesmo tempo que sair da zona de conforto é estranho, as pessoas querem casa nova, roupa nova, carro novo. É que na verdade não é novo. É novo apenas como um conceito de diferente daquilo que se tinha.
Sim, porque uma pessoa que vai ao cabeleireiro fazer luzes no cabelo para mudar, desculpe, é alguém que faz luzes no cabelo para ficar igual. Igual a todas as mulheres que fazem luzes para mudar. Se a gente vai ao cinema, ao teatro, assistir um jogo, enfim, em qualquer lugar que tenha muita gente, basta olhar para as cabeças. 80% das cabeças femininas tem luzes, para mudar o que? É para ficar igual.
Adolescentes usam bonés, camisetas e bermuda para ter seu estilo. Estilo igual a todo mundo não é estilo próprio. É estilo coletivo. Falamos pouco disso com eles porque fazemos como eles ou eles como nós, não sei bem.
Não entendo as pessoas. É provável que não deva nem precise entender. Não é isso. O fato é que somos uma sociedade sofrível. Sofridinha de tanta gente idiota. O idiota vive no seu mundinho, lá jogadinho pensando na vida e sem querer inventar a roda. Uma vez numa aula de filosofia falávamos de Platão. Uma partezinha da teoria de Platão sobre: uma coisa é uma coisa. Uma ideia é outra coisa. A mesa não é uma mesa. É uma ideia de mesa. Depois vira mesa. Simples assim.
Acho mesmo que nossa mediocridade tem nos atrofiado. Parece que tudo está pronto, mas não está. Ontem assisti a uma entrevista com dois cientistas políticos que diziam nas entrelinhas que Dilma Rousseff  deve tomar muito cuidado por estar demitindo tanta gente.
Minha nossa, quase caí da cadeira. Enfim alguém com coragem para demitir essa gente sanguessuga. Nós tínhamos que estar felizes como povo. Isso não significa algo novo em meio a tanta coisa velha? Acontece que as pessoas ficam nos partidos. Não é uma questão partidária, é uma questão de ter coragem.
Acontece que não é praxe sair demitindo 16 pessoas num mês só no Governo Federal. E ainda por denúncias de corrupção. Por isso causa tantos medos. O fato, me parece, é que estamos tão acostumados a nossa incompetência para pensar e inovar, que parece algo absurdo.
Ela na condição de servidora do país está agindo de acordo com o que se espera de um representante do povo. Não é assim?  Só isso. Agindo numa democracia.
E os "cientistas políticos" estão "pré - ocupados" com o futuro das costuras políticas. "Pára o mundo que eu quero descer"... "porque aqui na face da terra só bicho escroto é que vai ter". Essas duas últimas frases são letras de músicas que tem mais de 20 anos.
Fechando minhas lembranças: um refuta a teoria do outro ou corrobora.
Assim conseguimos nossos canudos acadêmicos. Não é por acaso que ainda se usa bouque de noiva. Se usava na Europa para disfarçar o cheiro da falta de banho.
Atualmente se joga para trás para ver quem casará depois. Einstein, Freud, Platão, Foucault, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Van Gogh, durmam bem.
Eu estou sem sono.




2 comentários:

  1. Querida, você estava inspirada né?
    Eu acredito que nós não inventamos nada, o que fazemos é sempre melhorar o que já existia. Quando foi feito o telefone, foi feito para melhorar a comunicação que já existia.Beijo, e tenha bons sonhos ....

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  2. E, a respeito da imitação: Só existe uma pessoa que devemos imitar totalmente que é Jesus Cristo. Exemplo de Liderança e de Amor.

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