quarta-feira, 20 de julho de 2011

Escândalo Inglês...

A Inglaterra vivencia uma crise ética desencadeada pelo tabloide "News of the World", de propriedade de Rupert Murdoch, um bilionário dono de vários jornais inclusive o "The Sun" que faz parte do grupo News Corp.
O escândalo de invasão de privacidade de políticos e artistas vem causando perplexidade a milhares de pessoas em vários países. Existe uma questão importante que me parece ter ficado fora inclusive do pano de fundo das discussões. Vem a ser a diferença importante entre o que importa informar e o que interessa a quem lê.
Até a polícia inglesa Scotland Yard estaria envolvida no escândalo que também envolve suborno a policiais. Vejam que o assassinato de uma adolescente teve sua história manipulada e, portanto, suas provas e evidências em função dessa prática.
A crise ética é muito mais profunda que o escândalo.
Para mim é uma janela sem vidraças que deixa aberta e clara a visão de que vale tudo por dinheiro e poder. Até na rígida Inglaterra.
O estarrecimento mundial não parou ninguém até agora. Ao contrário, os envolvidos continuam dizendo que não tem responsabilidade sobre suas contratações. É a velha ideia que quer parecer nova. Contratamos uma ou mais pessoas e não podemos ser responsáveis por seus atos. Uma tentativa covarde de tentar imputar a uma pessoa a responsabilidade por uma ideologia que vem repleta de ética. Sim, a falta de ética também é uma ética.
Não posso imaginar essa prática sendo isolada de um desejo do contratante. Seria uma ingenuidade esquizofrênica se isso acontecesse. Está claro para o mundo, tudo se sabe sobre artistas, a família real. Menos se sabe sobre a política. O que talvez não se saiba é que as famílias dos soldados que lutaram no Afeganistão seriam afetadas também. Para ser bem rápida, o ser humano ainda é muito confuso.
Me parece cada vez mais confuso, psicopata e ingênuo. Três coisas que não combinam umas com as outras.
Difícil imaginar que alguém acredite que o vento que venta lá não é o vento que venta cá. Nesse caso falo de pessoas que sentem prazer em ler a história da vida privada de outras imaginando que há alguma diferença entre uns e outros. Há uma diferença de trabalho. O mundo das celebridades não parece um mundo de pessoas reais. Mas é. Incrivelmente é. O crime inglês maior foi "descobrir", tirar de baixo do tapete, algo que estava velado.
Estamos todos sujeitos a falta de ética na qual cremos e, submetidos à éticas as quais não reconhecemos porque vivemos crendo que conosco nada acontecerá. Misto de nossa ingenuidade, psicopatia e confusão.  É preciso ter cuidado,... é preciso saber viver!
Enquanto a bunda for pública e a situação do desemprego de um país for problema privado, vivemos em inversão. Assim que a sua bunda aparecer em algum lugar, você será a próxima vítima. Eis a Geisa da Uniban que não me deixa mentir.
O perigo é quando ser vítima é tudo que se deseja para ser bem sucedida na vida. E a gente é que produz isso. É a tal imprensa que não interessa divulgando o que interessa porque a notícia mesmo é a bunda. Ninguém mais fala do modelo autoritário da Uniban na situação, aliás ninguém nem lembra da Uniban. E a Geisa virou a Geisa da Fazenda. 
Obs: nada a ver com Geisa, só um exemplo clássico do que Hannah Arendt tanto falou no livro A Condição Humana. Uma inversão histórica protagonizada por nós e desejada cada vez mais. Quem compra essas notícias diz SIM para muitas mais. 

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