terça-feira, 28 de junho de 2011

O Rural e o Urbano

Dia desses estava conversando com amigos acerca da importância de viajarmos às vezes para lugares onde a loucura cotidiana não esteja exacerbadamente presente. É importante ir para uma praia pouco badalada, para um lugar nas montanhas, para regiões onde hajam pessoas que ainda cumprimentam você apenas porque você passou. Pessoas que demoram para comprar pão, que não tem pressa nas ruas. Realmente parece que estamos num mundo diferente.
Mas é exatamente essa diferença que acredito, importe para podermos olhar para nosso cotidiano. Há vários e mails nas nossas caixas postais que falam coisas do tipo: observem a vida dos cães, deveríamos acordar e colocar o corpo em dia, depois deveríamos ficar felizes somente por ter amanhecido, ficar felizes com um passeio e coisas afins. Pois é, viajar para lugares assim tem um pouco essa conotação. É podermos observar o que de fato é importante e o quanto maximizamos nossa importante vida louca! Será que somos mesmo assim necessários? Sei que fazemos falta para aqueles que nos amam, mas não é esse o sentido do que tento dividir aqui.
É exatamente de observarmos em nós, nossa extrema necessidade de sermos fundamentais em questões que no fundo sabemos que não somos.
Trabalhar é o ônus que não nos permite ser livres, já disse Platão. Mas é uma necessidade se quisermos inclusive, viajar. Mas porque colocamos o trabalho a frente inclusive de nossa saúde? Por que será que deixamos nossa humanidade pra lá, nosso ócio pra lá, nossas divagações para outro momento, nosso descanso? Para onde vamos? Para onde imaginamos ir? Bob Marley disse uma vez: Para que levar a vida tão a sério se não iremos sair vivos dela?
Essas pessoas de lugares pacatos são pacatas. São gentis, simples, capazes de recolher de cada um o seu melhor. Nós também somos, mas muitos de nós faz questão de deixar isso pra lá, poque afinal o que importa é ser bem sucedido. Pois eu hoje acredito que bem sucedidos mesmo são aqueles que conseguem fazer parte dessa loucura toda recolhendo a paz e a tranquilidade das pequenas coisas e lugares. Dos cheiros e gostos da vida "vidinha". Essas pessoas realmente vivem embora muitos digam que elas apenas passam pelo tempo. E nós que não temos tempo nem pra ver o tempo passar?

Nenhum comentário:

Postar um comentário